7.02.2011

O Homem Moderno

"Assim como nos último anos entraram em moda certos produtos light - o cigarro, algumas bebidas ou certos alimentos - também foi sendo gerado um tipo de homem que poderia ser qualificado de homem light.

Qual é seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem-informado, mas de escassa educação humanista, muito voltado ao pragmatismo, por um lado, e a vários assuntos, por outro. Tudo lhe interessa, mas de forma superficial, não é capaz de fazer uma síntese daquilo que percebe e, como conseqüência, se converte numa pessoa trivial, superficial, frívola, que aceita tudo, mas que carece de critérios sólidos em sua conduta. Tudo nele se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo.

Viu tantas mudanças, tão rápidas e em tempo tão curto, que começa a não saber a que se agarrar ou, o que dá no mesmo, a fazer afirmações do tipo 'vale tudo', 'não me interessa' ou 'as coisas mudaram'. E assim encontramos um bom profissional em seu campo específico de trabalho, que conhece bem a tarefa que tem nas mãos, mas que fora desse contexto fica à deriva, sem idéias claras, preso - como está - num mundo cheio de informação, que o distrai, mas que pouco a pouco o converte num homem superficial, indiferente, permissivo, que vive um enorme vazio moral."

Anatoli Oliynik, O homem Moderno.

A injustiça da justiça social

6.25.2011

A liberdade da palavra

"Orwell, então, só pode ser visto como um verdadeiro visionário ou profeta. Ele com extrema argúcia descreveu esse instrumento do mais diabólico totalitarismo, o qual prescinde absolutamente de autoritarismos políticos, e que pode conviver tranquilamente com sistemas demo-liberais. A prova disso é que exatamente essa é a realidade em que vivemos, e são as instituições mais centrais do establishment demo-liberal as propagandistas mais fanáticas da ‘novilíngua’ politicamente correta, e os maiores inimigos das ‘verdades desagradáveis’, já desde os fins do século XIX, e mais aberta e fanática desde a década de 60 nos EUA e na Europa Ocidental.
Não há Liberdade quando se pré-determina que palavras podemos usar, que ideias podemos ter. A escravidão é absoluta quando certos elementos parasitários da sociedade realizam sua subversão por meio de distorsões semânticas. A ofensa, a rejeição, a raiva, a aversão, a diferenciação, o alto e sonoro NÃO!, são partes integrantes e essenciais da Vida e da Liberdade."

Raphael Machado Silva, Reflexões sobre o politicamente correto e a liberdade da palavra.

6.24.2011

A fé adulta

"Nas últimas décadas a expressão “fé adulta” se tornou um slogan difundido. Na maioria é usado em relação à atitude daqueles que não prestam mais atenção ao que a Igreja e seus Pastores dizem, em outras palavras, aqueles que escolhem por si mesmos em que crer e deixar de crer, numa espécie de “self-service da fé”. Expressar-se contra o Magistério da Igreja é mostrado como uma espécie de “coragem”, quando na verdade não é preciso muita coragem, porque quem faz isso pode estar certo de que receberá apoio público.

Ao contrário, é preciso coragem para aderir à fé da Igreja mesmo se ela contradiz a “ordem” do mundo contemporâneo. Paulo chama esse não-confirmismo de “fé adulta”. Para ele, seguir os ventos do momento e as correntes do tempo é um comportamento infantil.

Por isso, faz parte de uma fé adulta se dedicar à defesa da inviolabilidade da vida desde o seu início, consequentemente se opondo ao princípio da violência, principalmente na defesa dos mais indefesos. Faz parte de uma fé adulta reconhecer a indissolubilidade do casamento entre um homem e uma mulher, de acordo com o que foi ordenado pelo Criador e reestabelecido por Cristo. Uma fé adulta não segue qualquer corrente aqui e ali. Ela permanece firme contra os ventos da moda."

Bento XVI,  28 de Junho de 2009, HOMILIA DE ENCERRAMENTO DO ANO PAULINO.